quinta-feira, 31 de maio de 2007

Saudades

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Saudades
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Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
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Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!
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Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
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E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
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Um comentário:

Unknown disse...

Florbela Spanca é sem dúvida uma grande poeta. O jogo de palavras, nos contrastes, da analogia que se sobrepõe nas coisas simples da vida é que traz a mais real beleza de sua obra.